Trabalhadores dos Catamarãs denunciam actos de intimidação

Trabalhadores dos Catamarãs denunciam actos de intimidação

Os trabalhadores dos Transportes Marítimos Angolanos (TMA) dizem estar a sofrer intimidações por parte de desconhecidos como forma de retaliação pela paralisação dos Catamarãs desde a última Sexta-feira, 7. O coordenador dos comissários e assistentes de bordo dos Catamarãs, Emanuel da Costa, disse a OPAÍS que nos últimos dias têm recebidos chamados anónimos de pessoas que se identificam apenas como funcionários afectos ao Ministério dos Transportes. “Ontem (Segunda-feira, 10) por volta das 20:30h recebemos chamada intimidatória de uma senhora que disse pertencer ao Ministério dos Transportes e banalizou as nossas cartas sem dizer nada de concreto”, referiu o Costa.

São mais de 100 trabalhadores da TMA que decidiram cruzar os braços por tempo indeterminado, até que lhes sejam pagos os 11 meses de atraso salarial refentes ao corrente ano. Eles exigem que a empresa faça a manutenção dos catamarãs e afirmam que, desde que os meios entraram em funcionamento, há cinco anos, nunca passaram por um processo de assistência técnica para se saber do seu estado. Dizem que nestes cinco anos a TMA não garante sequer a troca de filtros dos barcos e tem faltado inclusive combustível para os barcos, que já chegaram a fazer atracagens de emergência por causa do mau estado técnico, mas nem por isso a direcção se dignou a responder as reivindicações. “Não podemos continuar a navegar com os catamarãs neste estado. Corremos o risco de ficar com os passageiros no meio do mar qualquer dia”, disse Emanuel da Costa, por altura da manifestação de Sexta-feira realizada pelo colectivo de trabalhadores.

“Não fomos recolhidos hoje”

Desde o passado dia 7, os trabalhadores decretaram a paralisação e apenas foram contactados ontem para uma reunião no Ministério dos Transportes, mas até ao fecho dessa edição ainda prosseguiam as negociações. Apesar de estarem em greve, os trabalhadores têm sido recolhidos por viaturas da TMA dos pontos das suas residências até ao cais onde são atracados os catamarãs, uma prática regular nos cinco anos de existência da empresa. Todavia, segundo os trabalhadores “hoje (Terça-feira) não fomos recolhidos e o motorista disse que não tem autorização para nos recolher. Depois de chegar na empresa fui informado que seremos recolhidos a partir de amanhã, mas não no mesmo horário, porque não estamos a trabalhar”, disse Emanuel Costa. Importa realçar que o director do Instituto Marítimo e Portuário de Angola (IMPA), Manuel Neto, disse que a situação dos trabalhadores dos catamarãs e do TMA está a ser resolvida em fórum próprio. “Não viemos aqui resolver o problema dos catamarãs, viemos lançar um projecto”, rematou.