BPC desempregará 1600 trabalhadores

BPC desempregará 1600 trabalhadores

A mesma vai abranger agências/postos de atendimento e agências de transferências em municípios-sede das províncias de Luanda, Cunene, Cuanza-Sul, Benguela, Huíla, Namibe, Cuando Cubango, Malanje, Uíge, Cabinda, Lunda-Sul, Moxico e Bengo. 

De acordo com o comunicado do BPC, só na província de Luanda, capital do país, serão encerrados mais de 22 locais, entre agências/postos e agências de transferências. 

Esse passo marca o início do processo de despedimento de pessoal no maior banco público do país, que viu os seus activos deteriorarem-se nos últimos sete anos, com prejuízos acumulados, até Dezembro de 2019, de 404,7 mil milhões de Kwanzas. 

A redução do pessoal resulta de um conjunto de medidas adoptadas para reduzir os custos operacionais, que actualmente são de longe superiores aos proventos, segundo o seu presidente André Lopes, numa recente mensagem dirigida aos trabalhadores. 

Dado o contexto do país e a responsabilidade social do BPC, André Lopes prometeu um processo de despedimento gradual e por mútuo acordo com os abrangidos pela medida. 

O redireccionamento da força de trabalho, assegurou, obedecerá modalidades de reforma antecipada, “out charsing” de serviços auxiliares, extinção de postos de trabalho, decorrentes de encerramento de agências, e rescisão contratual por mútuo acordo. 

Consciente do momento difícil que o país enfrenta e tendo em conta a responsabilidade social do BPC, o conselho de administração propõe-se a recompensar cada colaborador afectado neste processo, através de um pacote de compensações e benefícios. 

Afirmou que isso vai além das indemnizações previstas na Lei Geral de Trabalho. Assim, o banco propõe-se em proceder a indemnizações calculadas nos termos da Lei Geral de Trabalho e acrescida de uma compensação financeira de 20 por cento. 

Os trabalhadores afectados também poderão beneficiar de perdão de crédito, até ao montante global de 15 milhões de Kwanzas, desde que contraído até 31 de Março de 2020, concessão de crédito até 3 milhões de Kwanzas, para início da actividade económica e pagamento de duas acções de formação profissional por cada colaborador. 

Para os colaboradores a serem abrangidos pelos despedimentos por mútuo acordo, o banco promete a manutenção do seguro de saúde durante seis meses. 

Na esteira desse processo, despedirá um terço da força de trabalho, contabilizada em 4800, o que implicará um esforço de tesouraria de 18 mil milhões de Kwanzas. Além desta e outras medidas, o banco, que vive uma crise crónica de liquidez, definiu uma recapitalização avaliada em 748,3 mil milhões de Kwanzas, no período de 2020. 

Este ano, no quadro do Plano de Recapitalização e Reestruturação, o Ministério das Finanças disponibilizou já AKZ 163,7 mil milhões em títulos, enquanto o Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE) vai disponibilizar, nos próximos dias, 396 mil milhões, sendo 15 mil milhões em número e o restante em títulos. Dentro destes esforços, foi materializada, em Maio último, outra medida concretizada com a cedência de 80% do capital do crédito malparado do BPC à Recredit.