Cabinda quer deixar de abastecer-se de frango desde os Congos e Luanda

Cabinda quer deixar de abastecer-se de frango desde os Congos e Luanda

Um total de 1000 e cinquenta pintos começaram a ser distribuídos às populações dos municípios de Cabinda num programa do Governo da Província que visa o fomento e massificação da criação de galinhas para o auto-sustento das famílias.

O programa, que arrancou esta semana no município do Buco Zau, tem o apoio institucional do Ministério da Agricultura e Pescas e contempla ex-militares e famílias que recebem um lote de quarenta pintos que devem criar sem necessidade de grandes investimentos em infra-estruturas de acolhimento e ração.

Segundo o chefe de Departamento dos Serviços de Veterinária, Luís Casimiro, que coordena o programa, os criadores locais estão a ser “instruídos a construir capoeiras com recurso ao bambu, assim como serão formados a alimentar os galináceos com a sua própria produção agrícola e restos de comida doméstica”.

Os contemplados terão de reembolsar o programa com o fornecimento de quarenta ovos que deverão ser levados às incubadoras adquiridas pelo Governo para garantir a continuidade do projecto de multiplicação da espécie.

O responsável assegurou que as galinhas são de “fácil adaptação por serem rústicas” e pouco exigentes em termos de cuidados com alimentação e outros tratamentos e poderão servir para a produção de carne e ovos.

Nesta altura, mais de dois mil pintos estão a chegar a Cabinda, enquanto da produção das incubadoras espera-se outras tantas centenas nos próximos tempos.

O próprio programa desenvolveu um conceito de construção de capoeiras com recurso a material 100 por cento local, que são bambus e capim, o que vai minimizar os custos.

Para incentivar o projecto, o Governo de Cabinda promete fornecer electricidade e água as aldeias que alcançarem o número mínimo de construção de capoeiras, o que o tornou “mais atrativo e uma competição entre as comunidades rurais”.

Numa primeira fase, cada família contemplada recebeu apoio em ração, mas o responsável do programa garante que a alimentação por ração é apenas para “a fase de adaptação, porque a posterior elas (as galinhas) alimentar-se-ão com restos de comida das famílias, excedente da produção agrícola e de tudo aquilo que a própria natureza oferece”.

Apesar dos constrangimentos decorrentes da pandemia da Covid-19, o programa está a ser apoiado pelas Forças Armadas Angolanas que, através de meios aéreos, esta a ajudar a levar as aves a província.

O programa vai distribuir num futuro breve suínos e caprinos como forma de “combate a pobreza” e melhoria da dieta alimentar das famílias, assim como “poupança de divisas que eram empregadas na compra deste tipo de alimentos nos Congos”.

O projecto contempla ainda o conceito de “empreendedorismo” porque em caso de sucesso pode rapidamente substituir o processo de procura da proteína animal para alimentação fora do enclave como é prática até ao momento.