Os deputados do Grupo Parlamentar da UNITA palmilharam, ontem, os diferentes municípios, Distritos Urbanos e Comunas da província de Luanda, com objectivo de constatar como é que as populações estão a viver nesta fase de Covid- 19, se possuem ou não materiais de biossegurança, e ainda ver as condições de algumas instituições que usam recursos do Estado.
O deputado Raul Danda disse, em declarações a OPAÍS, que a Comissão de deputados que encabeçou, visitou a conhecida favela da Kinanga, tendo lamentado as condições de vida das populações que ali vivem.
Disse trata-se de uma zona com águas sujas e paradas, sem nenhum saneamento básico. “Situada a dois passos da Assembleia Nacional e a três passos do Palácio Presidencial, as pessoas vivem extremamente mal, numa situação que clama por muitos cuidados. Crianças expostas, pessoas sem máscara, infelizmente, um convite para a Covid-19”, lamentou.
Deputados impedidos de visitar o Centro Materno-infantil da Samba Raul Danda fez saber que a visita prevista ao Centro Materno-infantil da Samba não foi muito bem sucedida, pois os deputados foram impedidos de efectuar a referida visita por alegada falta de autorização da Repartição.
O deputado explicou que a responsável daquela área não permitiu que a visita se concretizasse, alegando que para o efeito, os deputados teriam que ter uma autorização específica da área da Repartição a que ela pertence, mesmo depois de os parlamentares terem explicado os motivos da sua visita.
“Esclarecemos que nós não temos que ter autorização para visitar um lugar como o hospital, explicamos que queríamos saber quais as dificuldades que o Centro atravessa e em que medida é que os deputados podem ajudar, já que, dentro de dois meses estaremos a receber no Parlamento, o Orçamento Geral do Estado para o ano de 2021”, disse, acrescentando que esta seria um oportunidade para ver a questão ligada à verba para um melhor funcionamento do Centro.
“Isso não foi possível porque a responsável, depois de nos pôr vários minutos à espera, recebeu três chamadas telefónicas, para depois dizer que tinha recebido ordem para interromper a nossa visita”, avançou.
O deputado que lamentou a situação, disse que depois de terem falado com alguns funcionários aperceberam-se que, afinal, o Centro passa por muitas dificuldades e carências.
Medidas de biossegurança não estão a funcionar
Por outro lado, da constatação feita nos mercados, referiu que o Governo, em parceria com outras instituições, e conversando com outros partidos políticos, e com a sociedade civil, devia procura ver, quais as melhores medidas a tomar em fase de Covid-19, para que este não seja apenas um assunto do Governo ou da Comissão Multissectorial.
Afirmou que as medidas de biossegurança não estão a funcionar ao nível dos mercados, do mesmo modo que não se está a respeitar os dias estabelecidos para as vendas.
O deputado informou que no final dessas jornadas de campo, o Grupo Parlamentar da UNITA vai dar o devido tratamento aos resultados recolhidos, e analisar de que forma é que podem influenciar as verbas do Orçamento Geral do Estado.