Respondendo em tribunal, pelos crimes de peculato, violação de normas de execução de orçamento e branqueamento de capitais, Manuel Rabelais justificou, ontem, na instância do juiz presidente da causa, que a sua tomada de decisão de compra directa de divisas ao BNA também foi motivada pelo momento de crise financeira que o país vivia e, consequentemente, o GRECIMA, à pressão e, inclusive, chantagem por parte das empresas que prestaram serviços ao gabinete.
Embora não tenha especificado o tipo de chantagem que o GRECIMA terá sofrido, nem quem a perpetrou, Rabelais enfatizou que este, e o facto de terem de garantir a manutenção da imagem do nosso país no exterior, motivou-o a executar a directiva sobre a compra directa de divisa no BNA.
O primeiro contacto com o governador do Banco Nacional de Angola, Walter Filipe, na altura, terá sido de forma verbal e os subsequentes contactos de forma escrita. Para cada valor disponibilizado pelo BNA, segundo Rabelais, era exigido o contravalor, isto é, após a venda, a reposição do valor em Kwanzas.
“Os 98.141.632,39 de Euros tidos como valor global de divisas, recebidos pelo GRECIMA através do BNA, foram pagos em contravalores, sem um tostão a mais nem a menos. O GRECIMA nunca ficou sem honrar com o compromisso de dar o contravalor”, reforçou.