Maria João Ganga homenageada na II Edição do Festival Internacional de Curta Metragens da Kianda

Maria João Ganga homenageada na II Edição do Festival Internacional de Curta Metragens da Kianda

O evento, que decorre desde Quinta-feira, na capital do país, visa premiar o melhor filme do festival e o melhor filme nacional

A cineasta angolana Maria João Ganga foi homenageada, esta Quinta-feira, na II Edição do Festival Internacional de Curta Metragens da Kianda (Fesk-Kianda), que decorre na capital do país, até à próxima Quinta-feira, 26.

O evento, que por sinal é o primeiro de carácter internacional que premeia curtas-metragens produzidas de Janeiro a Novembro de cada ano, visa premiar o Melhor Filme do festival e o Melhor Filme Nacional, incluindo a exibição de 24 filmes.

Satisfeita com o reconhecimento, Maria João Ganga disse, na ocasião, que a realização de festivais como estes significa que o cinema no país está vivo. A cineasta admitiu que, apesar do momento pandémico que o mundo vive, a juventude angolana adere ao cinema e pretende continuar a dar vida a esta arte. A pesar de ser um sector que arranca e pára, e vice-versa, ainda assim os fazedores estão sempre a trabalhar.

Não obstante esses factores, Maria João Ganga apontou a falta de financiamentos para o sector como um dos principais obstáculos, bem como políticas que visam galvanizar o cinema no país, estando o Executivo a fazer a sua parte, devendo os fazedores apostarem mais na sua formação académica e técnico-profissional.

Primeiro festival internacional de cinema que premeia as curtas metragens produzidas de Janeiro a Novembro de cada ano, realizado anualmente no âmbito das festividades da cidade de Luanda.

A homenageada

Maria João Ganga nasceu no Huambo, em 1964. Formou-se na École Supérieure d’Études Cinématographiques de Paris, na França. Trabalhou como assistente de realização em vários documentários, entre os quais o Rostov Luanda, de Abderrahmane Sissako. Também escreveu e realizou peças teatrais.

Em 2004, realizou o filme Na Cidade Vazia, um drama sobre um grupo de crianças, em Luanda do pós-guerra. Foi a primeira longa-metragem angolana realizada por uma mulher. E valeu-lhe prémios em diversos festivais de cinema.

Actualmente, é proprietária e directora da Casa das Artes, localizada na via 5 do Talatona, em Luanda, um espaço de cultura aberto a quase todas as disciplinas das artes. Conta com um auditório e dispõe de um programa de formação com dança, pintura, teatro, capoeira, fotografia e outras actividades criativas.