Com um painel constituído por um parlamentar, um académico na área de comunicação, uma psicóloga e um veterano jornalista, a organização pretende “provocar” abordagem do tema incorporando outras visões
O Instituto da Comunicação Social da África Austral (MISA- Angola da sigla em Inglês) traz a debate, esta Sexta-feira, 28, o tema “Liberdade de Imprensa em Angola e Perspetivas de Futuro” com um painel constituído pelo parlamentar António Paulo, o académico e docente frei José Paulo, a psicóloga Maria de Encarnação Pimenta e o veterano jornalista Miguel de Carvalho. Segundo os promotores, a intenção é abordar este instituto de forte interferência no desempenho do jornalismo, mas que, pela sua transversalidade, é de interesse de toda a sociedade, pelo que abordagens diferentes em torno do mesmo podem ser um contributo na sua operacionalização e via para encontrar saídas para os “muitos constrangimentos” de que, volte e meia, “todos nos queixamos”. Inserido ainda nas comemorações do Dia da Liberdade de Imprensa, 3 de Maio (assinalado este mês), o MISA convidou a participarem do mesmo de forma presencial, em Luanda, jornalistas, membros da sociedade civil e interessados e de forma remota outros interessados no resto do país com a transmissão por plataformas via redes sociais.
“Temos estado a receber reclamações de colegas fora de Luanda que se dizem excluídos, pelo que inauguramos um processo para congregar e trazer de volta em torno do MISA todos os interessados de Cabinda ao Cunene”, assegurou Guilherme da Paixão, um dos membros do Conselho de Governadores (órgão directivo da organização). O mesmo justificou ainda a já criticada “estranheza do painel” como o começo de um “quebrar do costume de que o MISA diz respeito apenas a jornalistas”, o que é contrário aos seus estatutos e “espírito e letra da Declaração de Windhoek”, instrumento inspirador e bases da sua fundação.
Para os próximos tempos, a organização pretende dar início a um “amplo ciclo de renovação” e de alargamento de membros, bem como extensão da sua acção em todo o território nacional. Para tal, abre em breve o processo de filiação de novos membros que, à partida, é reservada a pessoas interessadas que aceitem respeitar os seus estatutos, pagar a jóia de adesão e respectiva quota. O processo vai integrar a componente de extensão de pontos focais em todas as províncias e a revitalização do “sistema de alertas”, um mecanismo de partilha de informação sobre “qualquer forma que belisque as liberdades de Imprensa e de Expressão”, assim como qualquer constrangimento que obste o livre exercício do jornalismo.