Não é o momento certo para injeccção da nova família do Kwanza, diz fiscalista

Não é o momento certo para injeccção da nova família do Kwanza, diz fiscalista

Francisco Silvestre referiu que todas as atenções estão direccionadas para a pandemia a não propagação da Covid- 19, por esse motivo as medidas tomadas não irão surtir o efeito que se pretende.

Para o fiscalista, com a introdução das novas cédulas o poder de compra das famílias ficará cada vez mais difícil, pelo facto de existirem famílias que sobrevivem com valor abaixo de 500 Kwanzas.

“As famílias fazem poupanças em notas inferiores a 200 Kwanzas, concretamente 100 e 50 Kwanzas e as referidas notas passam a não ter validade em função das novas cédulas, pois o peso será inferior logo a introdução da nova família do kwanza”, explicou.

O especialista sublinhou que várias empresas estão a despedir funcionários e outras a pagar salários equilibrados, por essa razão as famílias estão a enfrentar dificuldades e optar por trabalhos domésticos, com este problema constata-se o crescimento do trabalho infantil e a delinquência.

“Não é o momento ideal para a circulação das novas notas de Kwanza no mercado, apesar de que a economia deve avançar, porém os efeitos de uma reforma económica traz diferentes dificuldades, fundamentalmente para as famílias que possuem uma renda reduzida”, disse.

Francisco Silvestre acredita que para ajudar as famílias mais vulneráveis é preciso ponderar algumas medidas económicas que estão a ser implementadas em tempo de Covid-19. “É necessário trabalhar com medidas para ajudar as famílias e não implementar decisões que as prejudiquem. Caso as famílias e as empresas produzirem vamos ter uma economia sustentável porque vão gerar renda e encaminhar algum dinheiro ao Estado através de impostos e posteriormente liberalizar o sistema económico e não controlado”, ressaltou.

No que tocas às medidas, o especialista apontou a produção nacional, reforma fiscal, isenções, ajudar a robustez do sistema fiscal, de forma a permitir que os empresários possam produzir, deste modo as famílias irão aumentar o rendimento e atender os desafios sociais face à pandemia da Covid-19.

Disse ainda que é preciso deixar que as famílias tenham expansão ao nível do empreendedorismo, abertura de mais concursos, já as linhas de financiamento à s empresas devem ser controladas, trabalhar mais com as famílias que têm projectos pessoais.

“Quando se tira dinheiro para dar aos empresários a característica é controlar novamente, é fundamental que os empreendedores de desenvolvam por si mesmo e não ter o Estado como o tutor da actividade .

São as famílias que podem alavancar a nossa economia”, disse. Nova notas de kwanza entram em circulação no final do mês A nova família do Kwanza “série 2020” entra em circulação a partir do dia 30 de Julho, fez saber, ontem, terça-feira, o governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José Lima Massano.

Na ocasião, o responsável explicou que as novas notas entrarão em circulação de modo progressivo a partir do dia 30 de julho, com as cédulas de 200 Kwanzas (AKz). Enquanto que no mês de Setembro a de 500 kwanzas, Outubro as de mil kwanzas, e em Novembro as de dois mil kwanzas.

As novas notas de cinco mil kwanzas foram feitas ainda com o material actual em algodão, também conhecido como papel e estará disponível em Janeiro de 2021.

As novas notas conviverão com a existente, em série de 2012, até 31 de Dezembro de 2021.O BNA publicará e dará visibilidade ao calendário de retirada das notas mais antigas.

De modo a manter as suas características de segurança por período mais longo de tempo. As moedas metálicas actuais permanecerão em circulação sem qualquer alteração.

As notas de 200, 500, 1000 e 2000 foram produzidas em polímero, que se assemelha ao plástico. De acordo com o governador, no país, a durabilidade é muito relevante, porque a intensidade da utilização e manuseamento das notas, faz com que a sua vida útil seja reduzida, elevando os custos de saneamento do meio circulante.

Por outro lado, o facto de nem todas as zonas do país existirem delegações do BNA ou balcões de bancos comerciais, dificulta o controlo de qualidade e substituição atempada de notas em mau estado de conservação.