Paihama hoje na Huíla para o último adeus

Paihama hoje na Huíla para o último adeus

Observando as restrições impostas pela Covid-19, a cerimónia fúnebre de Paihama que acontece amanhã no município de Kipungo deverá ter um número reduzido de pessoas, entre familiares, amigos, colegas e homens da sua geração que juntos estiveram nos processos mais importantes do país. 

As restrições, segundo a nota da coordenação do programa das exéquias do malogrado, surgem em obediência às regras de bio-segurança estabelecidas em Decreto Presidencial. 

Para já, representantes dos órgãos de Soberania do Estado e da sociedade civil rendem homenagem hoje ao antigo ministro da Defesa Nacional, que faleceu vítima de diabetes. 

Apesar das restrições, a Huíla movimenta-se para receber o seu ilustre filho. São vários os segmentos da sociedade que hoje vão deixar os seus afazeres diários para receber os restos mortais do também antigo governador local. Dentre as várias sensibilidades, constam os partidos políticos com acento no Parlamento que, apesar das diferenças ideológicas, curvam- se perante a memória do general Kundi Paihama. 

É o caso do secretário provincial da UNITA na Huíla, Augusto Samuel, que considerou a morte do General como sendo uma perda irreparável para o país. Para o homem forte da UNITA na Huíla, o xadrez político já não vai ser o mesmo com a morte de Kundi Paihama, tendo em conta a importância das suas obras na arena política nacional. 

“Sempre que morre alguém é um motivo de tristeza, de dor e de muita consternação, não importa a que lado político pertencia. A morte de um angolano constitui sempre um momento triste. E o general Kundi Paihama foi uma figura bastante conhecida que durante muitos anos foi sempre dirigente. A sua morte empobrece o xadrez político nacional e provincial”, lamentou. 

Por outro lado, o secretário provincial da UNITA adiantou ainda que engendrar um combate político local sem Kundi Paihama diminuiu a sua qualidade. 

“Este momento é para se juntar à família enlutada e dirigir o mais sentido pesar a todos”, frisou. 

Homem da revolução  

Por seu turno, a secretária provincial do Partido de Renovação Social (PRS) considera Kundi Paihama um pai no que à política diz respeito, em função dos seus ensinamentos. 

Para Júlia Kakene Adriano, o legado de Kundi Paihama deve ser seguido por todos os angolanos, para que se alcance os mesmos feitos do general. 

“Ele entrou muito cedo na vida política. Eu lembro-me aquando da invasão de Spínola, a 14 de Abril de 1974, ele já esteve envolvido na sua revolução. Foi um grande político que Angola perde”, apontou. Já o Sindicatos dos Professores na Huíla (SINPROF) pela voz de João Francisco, lamentou igualmente a morte do também antigo governador provincial local, mas olha com preocupação para a realização das exéquias fúnebres, em função da actual situação de calamidade pública em que o país se encontra, fruto da Covid-19. 

“Sempre que parte um ser humano para um mundo que não conhecemos, fica sempre uma mágoa. As exéquias fúnebres acrescentam alguns riscos de contágio, já que virão pessoas de Luanda, tida como o epicentro da Covid-19, mas as autoridades sanitárias têm vindo a traçar algumas medidas de bio-segurança que acredito que serão observadas neste momento particular”, referiu. 

Exéquias fúnebres levam a redobrar medidas de bio-segurança  

As exéquias fúnebres do general Kundi Paihama, que decorrem desde hoje na cidade do Lubango, obrigaram ao Departamento de Saúde Pública do Gabinete Provincial da Saúde na Huíla, a redobrar as medidas de bio-segurança nos principais pontos de entrada e saída. 

De acordo com o seu responsável, Hélio Chiangalala, as referidas medidas passam pela apresentação do resultado negativo do teste para a Covid-19 por todos aqueles que virão de Luanda, onde terão estado por período superior a 10 dias. 

“Por este motivo ímpar, fomos obrigados a redobrar as medidas de segurança nos principais pontos de entrada da nossa província, sobretudo nos municípios de Quilengues, Gambos e na fronteira com o Cunene”, assegurou o responsável sanitário. 

João Katombela, na Huíla