Polícia acusada de impedir conferência de imprensa do PRA-JA Servir Angola

Polícia acusada de impedir conferência de imprensa do PRA-JA Servir Angola

A acusação foi feita pelo coordenador deste projecto na Huíla, Serafim Simeão, cujo acto serviria para informar aos seus membros sobre o actual momento que atravessa este projecto político.

Em declarações à imprensa, informou que a referida conferência de imprensa teria decorrido no largo 1º de Maio, e contaria com a participação de todos os meios de comunicação social cedidos na província da Huíla.

Explicou que para o uso deste espaço público recentemente reinaugurado, a sua organização política dirigiu à Administração Municipal do Lubango uma nota a comunicar a realização desta actividade.

“Este é um local público, nós não solicitamos, mas demos a conhecer, como regem as normas administrativas e a Administração Municipal tomou conhecimento e, logo, vimos fazer aqui uma conferência de imprensa, com um tempo de 30 minutos, e a Polícia impediu-nos de realizar a actividade, alegando cumprir ordens superiores”, denunciou.

Questionado sobre as razões da escolha do local para a realização da aludida conferência de imprensa, Serafim Simeão respondeu que a escolha do espaço visou observar as normas de prevenção da propagação da Covid-19.

“A razão primordial foi que primeiro queríamos cumprir com as obrigações que visam o cumprimento das normas sobre o distanciamento social que se exige em função da Covid-19, já que estamos num espaço aberto e próximo da nossa sede”, explicou.

Sobre o assunto, OPAÍS contactou o administrador adjunto do Lubango para a área Técnica, Orlando Brás, que se recusou a falar sobre o assunto.

Manifestações

À margem da abortada conferência de imprensa, Serafim Simeão anunciou que caso o Tribunal Constitucional não reconheça o PRA-JA Servir Angola e transformá-lo em partido político, na província da Huíla os membros prometem fazer manifestações por tempo indeterminado.

Segundo o político, que já foi secretário executivo da CASACE nesta província, a manifestação servirá como forma de pressionar o tribunal para reconhecer este projecto político liderado por Abel Chivukuvuku. Serafim Simeão fez saber que esta é “uma posição tida como plano B”, acrescentando que se o Tribunal Constitucional voltar a chumbar administrativamente o PRA-JA Servir Angola, a manifestação será inevitável.

Assinaturas recolhidas

A nível da província da Huíla, de acordo com a fonte, foram recolhidas mais de mil assinaturas e autenticadas pelos serviços locais de notariado.

“Nós tivemos assinaturas reconhecidas pelo Notário. São mais de 1000 e o director dos Serviços Notariais confirmou através de um jornal, na semana passada, a autenticidade das mesmas”, sustentou a fonte deste jornal.

Segundo a fonte, “esta é uma das informações que nós queríamos passar na conferência, mas fomos impedidos de o fazer, temos todos os instrumentos legais a nosso favor, com destaque para a Constituição”.

Assegurou que já passam 35 dias desde que o PRA-JA Servir Angola interpôs recurso ao Tribunal Constitucional, mas até ao momento nenhuma luz se vislumbra no fundo do túnel.

Para a fonte, este recurso está a ser aguardado com muita expectativa pelos membros em Angola e também na diáspora, pois determinará os objectivos que os seus mentores e seguidores perseguem, segundo ainda Serafim Simeão.

Este projecto político já recebeu três chumbos do Tribunal Constitucional, sob a alegação de apresentar parte da documentação “não conforme” dos seus membros, segundo o órgão jurisdicional.

João Katombela, na Huíla