Sindicato apela à cautela na abertura das universidades no país

Sindicato apela à cautela na abertura das universidades no país

O responsável do SINPES disse existir o risco eminente de contaminação da Covid-19 nas salas de aulas caso não se olhe para as medidas de protecção individual e colectiva tanto para os estudantes como para os professores.

O arranque das aulas nas instituições de ensino superior está previsto para 13 de Julho do corrente ano, segundo o decreto de situação de calamidade pública em vigor em todo o país.

Eduardo Peres Alberto disse ser necessário levar em conta que as escolas são locais em que cada indivíduo vem de um distanciamento diferente, com contactos de várias pessoas e, nas salas de aulas, ninguém consegue identificar quem transporta ou não a doença.

“É necessário compreender que nesta fase todo o cuidado é pouco, porque nós podemos adoptar medidas de prevenção individual, mas na sala de aula não sabemos como os professores darão as aulas com as máscaras, por exemplo”, disse o sindicalista.

O sindicalista disse que foram chamados pelo ministério de tutela para discutir aspectos ligados a reabertura das escolas, mas adiantou a OPAÍS que na ocasião não chegaram a qualquer conclusão.

O académico frisou que têm previsto um outro encontro aprazado para o princípio do mês de Julho, que será determinante para a última avaliação sobre se as aulas deverão ter o seu reinício na data prevista.

Eduardo Peres diz que o sindicato não se opõe à abertura das universidades, mas sublinha que o mais importante nesta fase é a criação de condições nas instituições.

“Todo o cuidado é pouco, por isso, não basta dizer que vamos nos prevenir”.

As aulas no ensino superior foram suspensas em Março do corrente ano, dias antes de se ter decretado o Estado de Emergência a 27 do mesmo mês.

Segundo o calendário reajustado pelo Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, as aulas recomeçam a 13 de Julho e decorrem até Março 2021.

O decreto que estabelece a situação de calamidade pública no país avança a data de 13 de Julho para o reinício das aulas no Ensino Superior e no Segundo Ciclo do Ensino Secundário, entretanto, dependendo da evolução da pandemia da Covid-19.

Oportunidade para melhorar as condições

No ensino geral, o Sindicato Nacional dos Professores e Trabalhadores Não Universitários (SINPTENU) e o Sindicato Nacional dos Professores (SINPROF) por diversas ocasiões mostraram-se a favor do cancelamento do actual calendário e o regresso ao modelo da UNESCO, em que as aulas vão de Setembro a Junho.

As duas forças sindicais entendem que o Decreto Presidencial sobre o Estado de Calamidade Pública que obriga o distanciamento físico de dois metros entre pessoal administrativo, professores e alunos, no acesso às infra-estruturas escolares, está longe de ser cumprido na nossa realidade caso as aulas retomem.

“Ainda temos quatro alunos a se sentarem numa carteira que seria apenas para dois elementos. Há escolas com mais de 500 ou mil alunos e sem água nas instalações sanitárias.

Não acreditamos que o que não foi preparado ao longo dos anos seja preparado em um ou dois meses”, defendem os sindicalistas.

Afirmam que esta é também uma oportunidade para o Executivo pensar em aumentar o orçamento destinado à educação para a construção de mais e melhores escolas que reúnam requisitos aceitáveis.