Três países europeus refutam decisão dos EUA

Três países europeus refutam decisão dos EUA

Os Ministros dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, França e Reino Unido refutaram, hoje, a decisão unilateral dos Estados Unidos de restabelecer todas as sanções internacionais contra o Irão, alegando que Washington abandonou o pacto nuclear com Teerão. Os Estados Unidos “retiraram-se do acordo a 8 de Maio de 2018, pelo que já não fazem parte deste mecanismo”, afirmaram os três ministros num comunicado conjunto. “As decisões ou medidas que os Estados Unidos possam adoptar em relação a este processo não têm qualquer efeito jurídico”, disseram os três países.

O comunicado foi emitido depois de o Governo do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter declarado, no Sábado, à noite, que todas as sanções internacionais contra o Irão tinham sido restabelecidas e avisado que iria tomar medidas, além de ameaçar os membros da ONU que se lhes opusessem. “Mantemos o nosso objectivo de manter a autoridade e integridade do conselho de segurança da ONU”, dizem os ministros dos três países no comunicado, no qual, também, expressam o empenho no acordo nuclear com o Irão.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo também denunciou, hoje, a declaração unilateral dos Estados Unidos de que as sanções da ONU contra Teerão estavam de novo em vigor, sublinhando que as reivindicações de Washington não tinham base legal. “As iniciativas e acções ilegítimas dos Estados Unidos não podem, por definição, ter consequências jurídicas internacionais para outros países”, disse o ministério num comunicado. A Rússia, um aliado chave do Irão, acusou Washington de fazer uma “representação teatral” e salientou que as declarações dos Estados Unidos “não correspondem à realidade”.

A decisão dos EUA foi formalizada através de uma declaração do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, que recorda que Washington iniciou, em Agosto, um procedimento na ONU para restabelecer todas as sanções internacionais contra o Irão. Estas sanções foram levantadas devido ao acordo nuclear assinado em 2015, depois de um longo processo de negociação, do qual os EUA se retirou em 2018 por considerar que Teerão não estava a cumprir os seus compromissos. Uma maioria do conselho de segurança, que até agora não tomou qualquer medida sobre o assunto, considera que os Estados Unidos não têm o direito de utilizar este mecanismo.