União 10 de Dezembro honra comandante Vidal com vitória no Carnaval “Live”

União 10 de Dezembro honra comandante Vidal com vitória no Carnaval “Live”

O grupo União 10 de Dezembro do bairro do Prenda, distrito da Maianga, da Classe A, sagrou-se vencedor da edição do Carnaval Live de Luanda, 15 anos depois da conquista do último título, honrando assim o seu comandante Pedro Vidal, falecido o ano passado e, por sinal o grande homenageado do Entrudo

União 10 de Dezembro voltou a “entrar” na galeria dos vencedores, embora esta edição especial não tenha sequência cronológica do Carnaval de Luanda, tendo sido o melhor, ao distinguir-se dos demais agrupamentos que resultaram da avaliação do júri pela corte, comandante, dança e canção, em evento emitido ontem pela Televisão Pública de Angola.

O conjunto fundado em 1978, o segundo a apresentar-se na ordem de exibição, soma assim mais uma vitória no Carnaval de Luanda, depois de ter ganho em 2006, 2002, 1999 e 1991, sendo que em 2005 ficou com o segundo lugar. O mesmo vai receber o prémio equivalente a 2 milhões de Kwanzas, numa cerimónia a ser realizada no Sábado, 20.

Durante a sua exibição, através da dança Semba, igualmente na canção que serviu para homenagear o seu antigo comandante, Pedro Vidal, falecido em Junho do ano transacto, intitulada “Pedro Vidal”, de autoria de Acácio Bambes, interpretada pelo jovem músico Tony do Fumo, fez o grupo viver a folia do carnaval, no palco da TPA, ao comando do do filho do malogrado, Bernardo Vidal, que se mostrou confiante e prosseguir com aquilo que foi a missão do seu progenitor.

O responsável do grupo, Teixeira Vidal, satisfeito com a vitória disse que a presente conquista é dedicada ao ex-comandante do grupo. “Estamos muito emocionados, como não podia deixar de ser, dedicamos ao comandante de todos os tempos, Pedro Vidal. Todos nós estivemos reunidos em prol do grupo. Há pessoas que não dançavam mais o Semba, mas suscitaram a vontade de participar nesta homenagem. Só não vieram mais pessoas devido a essa situação da pandemia”, sublinhou.

Outras classificações

O União Jovens da Cacimba, que exibiu-se em oitavo lugar, foi o segundo classificado com um ponto de diferença, 165, receberá o prémio de 1 um milhão e 500 mil Kwanzas. Fundado em Fevereiro de 1988, com a canção intitulada “Ao nosso carnaval”, de José Andrade, interpretada por Domingos Joaquim, os foliões que exibiam uma indumentária colorida, dançaram o Semba à sua maneira e aproveitar mostrar o seu potencial durante 10 minutos, tempo regulamentar igualmente aos demais grupos. O mesmo teve como comandante Carlos Andrade, o rei Wilton Andrade e a rainha Flora Andrade, no compasso da dança Semba.

O União Sagrada Esperança, do distrito do Rangel, arrebatou o terceiro lugar com 164 pontos, embolsando 1 milhão de Kwanzas. O grupo foi fundado em 2005. Através da canção “Fomos e voltamos”, de Manuel Rodrigues, interpretada por Manuel Rodrigues, com muita folia dançou e cantou o Semba, nesta que é a maior manifestação cultural do país. Foi comandado por Vicente de Abril, tendo como rei Mário Aguiar, a rainha, Luísa Paulo.

Grupos concorrentes nesta ordem

O União Povo da Quissama, do distrito da Muxima, procedeu à abertura da Live. O conjunto apresentou-se com uma indumentária feita com tecido africano, a samakaka, dominadas pelas cores amarela, vermelha e branca. A canção intitulada “Azar do meu vizinho”, de autoria de Jorge Mukunda, movimentou os foliões ali presentes.

O União 54, do distrito do Maianga, foi o terceiro a exibir-se nesta festa de carnaval, a comando de Hamilton Manuel, o rei é Joaquim Manuel e a rainha é Ana Domingos. Com a canção “Preservar o ambiente”, de Acácio Bambes, interpretado por ele mesmo, por via dos passos dançantes do Semba, marcou a sua presença no Entrudo, que este ano foi realizado de forma atípica, devido à pandemia.

O Amazonas do Prenda, do distrito urbano da Maianga, que durante a sua apresentação esteve ao comando de Joelson Miguel, festejou o Entrudo com a canção “Chegou o nosso carnaval”, que teve como autor Zeca Bangão.

O União Giza, também do Rangel, com os seus foliões dançaram ao comando de Tomás Lisboa, o Rei é Adilson Morais, a rainha é Madalena Viegas. Dança Semba.

Por sua vez, o Kiela, do Sambizanga, de uma maneira irreverente, com a forma peculiar com que tem se apresentado nas várias edições do Entrudo, apesar do número reduzido de foliões, ao som na voz de Patrícia Faria, que interpretou a música “Covid”, dançou o carnaval, ao comando de Maravilha dos Santos.

O União Etu Mu Dietu, do Sambizanga, comandado por Arnaldo Catadi dançou igualmente o Semba, com a canção “10 anos de existência”, que homenageou o próprio grupo pelos anos de trabalho.

O Twabixila, do Kapalanga, com a canção “Uhaxi wa takana”, de Milda Abel, cantada por Disbunda de Ambaca, deixou patente mensagens relacionadas com esta fase pandémica.

O União Njinga Mbandi, do município de Viana, foi o grupo que procedeu o encerramento o desfile competitivo com a dança que lhe caracteriza, a cabecinha, ao som da voz rítmica de Baló Januário, que lhes possibilitou dançarem no Entrudo, expectantes com a vitória, mas não foi desta vez.

O Live do Carnaval de Luanda encerrou com a actuação de Carlos Lamartine, que interpretou a música “ Kudia Kwa Favoló” (comer de graça), uma crítica social, criação do grupo União Kazukuta do Sambizanga.

Homenagem a Pedro Vidal

Além da homenagem prestada pelo seu conjunto, a organização do Entrudo, Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente procedeu, também, tributo ao falecido, pelos anos dedicados ao carnaval, tendo este contributo possibilitado a sua revolução, quanto à maneira de actuação dos comandantes.

O acto esteve a inteira responsabilidade do Bloco Sol, adstrito ao grupo que, através de uma canção e passos dançantes evidenciaram a sua forma de actuação no Entrudo, que influenciou os demais grupos a seguiram a mesma postura. Após a apresentação, o Ministro da Cultura, Turismo e Ambiente, Jomo Fortunato, procedeu à entrega de um diploma de mérito e menção honrosa.

Jomo Fortunato parabenizou a TPA, pelo impacto visual proporcionado durante a transmissão do Live e pela própria estética do carnaval. “Houve grupos que tiveram mais possibilidade de se apurar, porque foram reduzidos. Foi uma coisa agradável, inédita. Estou a receber várias mensagens, de vários quadrantes e espero que, os que não participaram tenham compreendido que o Carnaval Live teve uma dimensão simbólica”, enfatizou.

O dirigente prosseguiu dizendo que, o Carnaval Live não é o carnaval do desfile da Marginal. Quanto ao tributo prestado a Pedro Vidal, disse ser uma “figura” super- interessante, que não vem dos meios académicos, mas que foi super criativa, que criava a sua própria coreografia e deixou aos seus filhos a herança da sua estética de carnaval.

Vencedor do Live da Classe B

O vencedor desta classe é o União Domante, que somou 177 pontos diante de 15 grupos que se apresentaram no Domingo, 14. O conjunto receberá como prémio a quantia equivalente a 1 milhão e 500 mil Kwanzas.

O segundo e o terceiro classificados foram o União Operário Cabocomeu e o União Kwanza. Os referidos grupos serão premiados com o valor igual a 1 milhão de Kwanzas e 750 mil Kwanzas, respectivamente. Participaram ainda nesta categoria o União Jovens do Mukuaxi, oUnião Café de Angola, o União Twafundumuka, União 17 de Setembro, Unidos do Kilamba Kiaxi, União Angola Independente, União Geração Sagrada, União Juventude do Kapalanga, União Nova Geração do Mar, União 28 de Agosto e o União Kazukuta do Sambizanga.

Na presente edição do Carnaval, por ter sido realizado num formato novo e em fase pandémica, não haverá promoção, nem a desclassificação dos grupos em ambas as classes, (A e B), que participam no evento, muito menos sucederá qualquer sanção aos grupos que decidiram por razões várias não se exibir nesta manifestação “especial”.